Na cabeça do tempo, há muito as horas já se confundiam, nuns retalhos de noite pregados nas anáguas do dia. No terreiro, só restavam os brincantes que ainda teimavam em não dormir. – Bibida é coisa boa, mas gosta de apagar os caminho, né? A gente inté sabe ir, mas é só beber que aparece os isquecimento de vortar! Vumbora?

– Disse o fazedor de fogueira para o cazumba.- Imbora? O dia já tá quas amanhiceno, arrepara. E num acredito que vamu estragar a cachaça que ganhemos. Te acalma, nhô. O dia já tão bem aí. E lá ficaram, os dois espiando outros bêbados pelo chão, que mais parecia um campo de guerra. Só Matias Rezador estava em pé, dormindo encostado na cerca.

Quando clareou mais um pouco, foi que viram que Zé Miolo, havia esquecido o boi no meio do terreiro.- Esse bebe inté o juízo! E para lá rumaram os dois, apoiados um no outro. Mas bastou abrir a barra do boi que entenderam. Esqueceu nada! O descarado estava lá abraçado com uma tapuia. Saíram em silêncio, e pedindo desculpas ao boi que os encarava zangado, babando o amanhecer.

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