SAIU PRA CANTAR BOI BONITO PRO POVO VER

0

“Eu quero pedir a todos, desculpa! Pelas minhas poucas palavras, que eu não tenho cultura de estudo. Não posso pronunciar certas coisas que não tenho na minha memória”! – Disse Bartolomeu dos Santos diante da plateia que lhe rendia homenagens, no teatro Arthur Azevedo.

Quando passava a temporada do São João, ele era visto frequentemente na calçada do antigo Cine Éden. Na rua Grande, em São Luís, estendia a mão para que algum anjo lhe jogasse uma moeda. Sob sol ou chuva, era preciso sustentar os filhos, que eram muitos, diante de uma vida dura, sem chances de ensaios.

Mas quando chegava novamente os festejos juninos, ele empunhava o seu maracá e da sua cantoria nascia a alma do batalhão de Pindaré. Foi daquela cabeça, sem estudo, sem poder pronunciar certas coisas, que inventou de cantar muitas outras. Desconfiando do que estava em sua memória, cantou “Urrou, urrou , meu novinho brasileiro que a natureza criou”! e foi morar para sempre na memória do seu povo. Com o tempo, Bartolomeu dos Santos, havia se transformando em Coxinho, apelido reluzente feito couro de boi, e como qual foi brincar e cantar as suas toadas no batalhão da eternidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *