VARANDAS
Sobre a carne o que arde
Teia de aranha que prende
O meu amor, indefeso se rende,
Na rede, varanda da tarde.
Ouço o silêncio e falo
Balé do que somos agora
Rompendo os segundos, a hora.
Teus olhos desmaiam, e calo.
Quedam tuas asas em meu ninho
Refúgio das coisas que grito,
A pedra, a faísca, o atrito
Tua boca, a minha, o vinho.